O que sai caro não é investir em tecnologia, é continuar medindo errado
Durante anos, o discurso sobre transformação digital foi conduzido pela ótica do investimento, quanto custa implementar, integrar, treinar, manter. Mas essa lógica está se esgotando. As empresas estão descobrindo que o verdadeiro custo da tecnologia não está em adotá-la, mas em não fazê-la performar.
A nova métrica de performance corporativa não é mais “quanto investimos em tecnologia”, e sim quanto ela retorna em eficiência, margem e receita. É uma mudança silenciosa, mas profunda, na forma como o board e as lideranças comerciais encaram o digital.
No B2B, essa virada é ainda mais clara. Aqui, tecnologia não é “canal”; é infraestrutura de crescimento. Cada integração, regra comercial ou fluxo automatizado impacta diretamente a operação de vendas, o comportamento do comprador e a previsibilidade de receita.

A velha métrica: o custo como freio da evolução
Quando a tecnologia é vista apenas como um centro de custo, ela perde seu potencial estratégico. É assim que muitas indústrias, distribuidores e revendas ainda tratam o e-commerce B2B: uma plataforma “cara” que exige investimento constante, em vez de enxergá-la como um motor de eficiência, previsibilidade e escala.
Mas o que de fato limita a performance digital das empresas não é a tecnologia em si. É a falta de visão sobre o retorno que ela pode gerar.
Segundo pesquisa da McKinsey (2024), empresas B2B que investem em automação e integração digital têm até 45% mais eficiência operacional e reduzem custos indiretos de atendimento e erro humano em até 30%. Esse foi o assunto tratado em nosso terceiro episódio do Flexy-to-Business.
Ou seja: medir apenas o custo é o mesmo que avaliar um carro pelo tanque cheio — sem considerar a distância que ele pode percorrer.
Leia também: Investimento em tecnologia de e-commerce: expectativas e retorno
O custo invisível do ineficiente
Processos manuais, integrações falhas e retrabalhos são custos invisíveis que drenam margens silenciosamente.
A PwC aponta que empresas com baixa automação perdem até 20% da produtividade em tarefas repetitivas. E, segundo estudos recentes, o custo operacional médio de erros manuais em pedidos pode representar 1,5% a 3% do faturamento anual, exatamente o que exploramos no artigo O custo oculto das perdas operacionais em operações B2B.
Cada clique manual é uma perda potencial.
Cada planilha paralela é um gargalo invisível.
Tecnologia como multiplicador de margem
No modelo antigo, aumentar margem era cortar custos. No novo modelo, a margem cresce quando a tecnologia elimina ineficiências e gera receita previsível.
Empresas que integram seu ERP ao e-commerce, automatizam precificação e controlam crédito digitalmente aceleram o ciclo de receita e reduzem o capital empatado.
Eficiência operacional virou a nova fronteira da lucratividade.
Vale a pena conferir: Investimento em tecnologia de e-commerce: expectativas e retorno
ROI: de métrica de marketing a métrica de gestão
O ROI deixou de ser uma métrica do marketing para se tornar um indicador de governança.
Hoje, boards e CFOs avaliam tecnologia como avaliam expansão industrial ou logística.
Cada R$1 investido em automação pode gerar até 5x em retorno de eficiência operacional, segundo a Gartner (2024). E no e-commerce B2B, a média de ROI sobre investimento em plataformas integradas chega a 17x, conforme análises da Flexy em operações industriais .
Assista a simulação de ROI no e-commerce no vídeo abaixo.

A diferença entre digitalização e inteligência operacional
Estar digitalizado não é o mesmo que estar maduro digitalmente. Muitas empresas já possuem sistemas online, mas ainda operam sem inteligência integrada.
De acordo com o IDC FutureScape 2024, 70% das empresas líderes em performance digital medem tecnologia com base em impacto direto nos KPIs de negócio, como receita por canal, margem operacional e custo por pedido.
Ser digital é conectar dados. Ser maduro é transformar dados em decisão.
Cenário prático: tecnologia que gera resultado
Imagine uma operação que fatura R$70 mil/mês com 125 pedidos e ticket médio de R$750.
Ao migrar para uma plataforma B2B integrada, o investimento seria de R$ 4 mil/mês, mas o impacto em receita e eficiência é exponencial:
+10% no ticket médio com tabelas de preço inteligentes
+10% no volume de pedidos com pedidos em massa e “reorder”
+5% de eficiência operacional com integração profunda ao ERP
+15% em vendas com portal de representantes
+10% em conversões com regras comerciais avançadas
+R$ 15 mil/mês em novas vendas com jornada B2B otimizada
ROI estimado: 17x o investimento.
Eficiência digital como ativo financeiro
A Bain & Company (2023) identificou que empresas que incorporam eficiência digital em seu core crescem 28% mais rápido e têm margens 20% maiores do que as concorrentes.
Ou seja: medir tecnologia pelo resultado se torna uma vantagem competitiva mensurável e um diferencial de avaliação.
- Cultura e accountability digital
A última fronteira da maturidade tecnológica é cultural.
Empresas que performam bem têm líderes comerciais, financeiros e de tecnologia olhando para a mesma régua de performance: resultado.
“Não é sobre gastar menos, é sobre fazer mais com o que já se tem.”
Conclusão
A nova métrica de performance é simples:
tecnologia que entrega resultado mensurável, alinhada à geração de receita e valor.
Enquanto alguns ainda discutem custo, outros já estão medindo crescimento.
E no novo jogo da eficiência digital, quem continua olhando para o custo acaba sendo o próprio custo
A questão é: Você está medindo o que gasta ou o que ganha?