Vendas caem, mas consumidores digitais seguem em ascensão: três categorias dominam, enquanto aplicativos e frete grátis se destacam como preferências do consumidor.
À medida que o pós-pandemia e a evolução tecnológica continuam a impulsionar o crescimento exponencial do e-commerce, comparar os resultados entre os anos é crucial para desenvolver estratégias de sucesso. Neste artigo, traremos os principais insights do 48° Relatório Webshopper da NIQ/Ebit, mergulhando nas principais movimentações do e-commerce no primeiro semestre de 2023 em comparação ao mesmo período de 2022, para oferecer uma visão abrangente do estado atual do setor.
Os desafios enfrentados no e-commerce no primeiro semestre de 2023
O cenário do e-commerce no primeiro semestre de 2023 foi desafiador, com uma queda de aproximadamente 7,3% nas vendas, totalizando 119, bilhões de reais. No entanto, uma análise a curto prazo revela sinais de desaceleração dessa retração.
NIQ Ebit – Webshoppers 48 – Evolução do faturamento em bilhões de reais e var (%) l Período: 1S23 vs 1S22.
Um dos principais fatores que contribuíram para esse resultado negativo foi a redução na quantidade de pedidos. No entanto, é importante ressaltar que mesmo com essa queda, não foi observada uma redução na quantidade de shoppers ativos no canal online. Pelo contrário, houve um crescimento significativo de 6% em comparação ao mesmo período do semestre anterior, alcançando 53 milhões de consumidores.
Dentre as diversas categorias do e-commerce, aquelas voltadas para produtos de giro rápido continuam apresentando as melhores performances. Um destaque nesse sentido é a categoria de Perfumaria e Cosméticos, que registrou um crescimento expressivo de 5,8% em vendas durante esse semestre.
Esses números evidenciam a importância de entender as demandas do consumidor e oferecer produtos alinhados com suas necessidades e preferências. As categorias de giro rápido têm demonstrado maior resiliência diante dos desafios econômicos e, por isso, merecem uma atenção especial por parte das empresas do setor.
É fundamental que as empresas continuem investindo em estratégias de marketing e em melhorias na experiência de compra online. Além disso, devem-se buscar oportunidades de diversificação de produtos e parcerias com marcas renomadas, a fim de se destacar em um mercado cada vez mais competitivo.
As 3 principais categorias em importância GMV, que representam quase 50% das vendas do e-commerce, tiveram crescimento no ticket médio
No universo do comércio eletrônico, as três categorias principais em importância GMV ou “volume bruto de mercadorias”- eletrodomésticos, telefonia e casa e decoração-, que juntas compõem quase metade das vendas totais, estão experimentando um aumento significativo no valor médio por compra.
Fonte: NIQ Ebit – Webshoppers 48 – Importância (%) em GMV por categoria e ticket médio l Período: 1S23 vs 1S22.
Neste cenário de retração, a categoria de telefonia teve aumento de 5,4% no ticket-médio e segue liderando em número de vendas. Outro destaque ficou para a categoria de Alimentos e Bebidas que, apesar de registrar o menor ticket-médio entre todas as analisadas, obteve um aumento de 50,4% no seu valor médio.
Cadeias que operam exclusivamente no canal online se destacam com ganho de importância
Enquanto o comércio tradicional enfrenta desafios sem precedentes, observamos um cenário notável no varejo online. Cadeias de comércio eletrônico exclusiva ou “pure players”, aquelas empresas ou organizações que operam exclusivamente no ambiente online, sem presença física, estão ganhando destaque e relevância.
Fonte: NIQ Ebit – Webshoppers 48 – Variação de vendas em faturamento por tipos de operação
No primeiro semestre de 2023, as empresas “pure players” representaram 62,2% da importância em faturamento, demonstrando seu destaque em relação aos outros modelos de negócio:
- Brick & Click: refere-se a empresas que têm uma presença tanto no ambiente físico (brick) quanto no ambiente online (click). Isso significa que elas têm lojas físicas, mas também vendem produtos ou serviços pela internet.
- Fabricante.com: é uma expressão usada para descrever fabricantes ou produtores que vendem seus produtos diretamente aos consumidores por meio de uma plataforma online, em vez de depender de intermediários, como distribuidores ou lojas de varejo.
O destaque das cadeias de comércio eletrônico exclusivo é uma clara indicação de que o futuro do varejo está se moldando de maneira diferente.
Compras somente por aplicativos cresce: a preferência é de 15% dos consumidores.
As compras realizadas por meio de aplicativos estão ganhando destaque, ultrapassando significativamente outras formas de compra. Com uma fatia impressionante de 15% da preferência dos compradores, os aplicativos estão mudando a forma como as pessoas compram e interagem com as marcas. É hora de explorar o potencial dessas plataformas para se manter relevante no mercado moderno.
Fonte: NIQ Ebit – Webshoppers 48 – Pesquisa de Aplicativos de Entrega.
A maioria dos usuários de aplicativos os utilizaram para fazer compras em supermercados (32%) e em farmácias (43%).
Frete Grátis, promoções e praticidade são os principais motivadores de compra
O que realmente motiva os consumidores a usarem aplicativos de entrega? A resposta a essa pergunta está se tornando cada vez mais clara. Incentivos como frete, promoções irresistíveis e a conveniência de comprar sem sair de casa estão surgindo como os principais impulsionadores de decisões de compra.
Fonte: NIQ Ebit – Webshoppers 48 – Pesquisa de Aplicativos de Entrega.
Conclusão
Em resumo, no primeiro semestre de 2023, o e-commerce brasileiro viu queda nas vendas, mas houve uma desaceleração desse declínio e um aumento de 6% em compradores ativos online.
Produtos de giro rápido, como Perfumaria e Cosméticos, cresceram 5,8%. A preferência por compras via aplicativos foi de 15%, ressaltando a relevância destas plataformas. Frete grátis, promoções e a conveniência do lar são os principais motivadores de compra desses canais.
A personalização de ofertas já foi tendência em 2022, indicando a busca por experiências mais relevantes ao consumidor. Além disso, com os avanços da inteligência artificial e a logística aprimorada, o e-commerce persiste em evolução, sendo essencial adaptar-se e investir nesse setor.
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