Quem é o guru do e-commerce?

Sobre mitos e fórmulas de sucesso

No hinduísmo e budismo, um guru é considerado um guia espiritual dotado de elevado conhecimento filosófico. Em diversas línguas orientais, a palavra “guru” significa professor. Para os especialistas, o autêntico guru não só tem o poder de ensinar, como também aperfeiçoou o ensino e incorporou esses ensinamentos para sua vida. Ou seja, ele vive o que ensina.

O termo caiu no gosto popular e passou a ser utilizado para designar os experts, os mestres em determinado assunto, que têm sabedoria e capacidade de orientar e assim influenciar pessoas.

No seleto mundo da administração acadêmica, por exemplo, cada área tem seu guru-mor. Peter Drucker era o patrono da filosofia da administração; Michael Porter, o rei da estratégia. Se o assunto é marketing, ninguém tem mais peso que o americano Philip Kotler, professor da escola de negócios Kellogg.

E eles não ganharam esse título à toa. Philip Kotler, por exemplo, tem uma trajetória acadêmica impressionante. Sua influência para o marketing foi tão grande que suas ideias ainda são perenes e utilizadas nos dias de hoje. Conceitos de marketing que ele ajudou a divulgar ajudam a milhares de negócios a montar suas estratégias e seus livros são considerados “bíblias” do assunto.

Todos os autênticos gurus da modernidade têm algo em comum: eles não só ensinam, mas também praticam o que dizem. Além de trabalharem muito, eles estão em constante estudo e evolução. Afinal, se um mestre realmente vive o que ensina, ele consegue analisar os resultados e perceber que nem tudo é um mar de rosas. É essa característica que o diferencia dos falsos gurus que vemos por aí.

Quem se ocupa de apenas ensinar o caminho para o sucesso – se é que ele existe – sem realmente praticá-lo, provavelmente faz parte daquela lista de gaviões com mais seguidores do que cases de sucesso. Já falei sobre esse assunto em um artigo publicado no portal da ABCOMM/SC. Infelizmente, esses oportunistas tentam transformar o marketing digital no novo golpe do bilhete premiado. E o golpe parece se encaixar perfeitamente no mundo do comércio eletrônico.

Você consegue citar um guru do e-commerce? Provavelmente não, né? E o motivo é simples: ele não existe.

Obviamente, existem milhares de profissionais qualificados e que se destacam nesse mercado. Eu mesmo já fui apresentado em mais de uma palestra no SEBRAE, pelo cerimonialista do evento, como o Guru do E-commerce Brasileiro, e foi nesta palestra que respondi que não sou e ninguém o é. Assim é que surgiu este artigo que você está lendo.

Mas também encontramos aqueles que acreditam terem encontrado a fórmula mágica do sucesso, das vendas, do lucro. E, mais uma vez, ela não existe.

O e-commerce chegou efetivamente no Brasil em 1999 quando todas as lojas juntas faturaram 500 milhões de reais. Hoje já estamos multiplicando essa cifra por 100, e nesse tempo de evolução, já passamos por muitas mudanças significativas, principalmente no quesito tecnologia. As tecnologias, sempre mais sofisticadas, vêm afetando bruscamente o modo como os consumidores compram pela internet.

Sabemos que, de fato, montar uma loja virtual não é um bicho de sete cabeças. Mas vale ficar atento aos mitos e às falsas promessas que encontramos pela internet:

Monte sua loja agora!

Talvez seja melhor substituir para: comece a planejar agora! Um projeto de e-commerce exige planejamento (bem feito) e o processo de implantação não é tão simples e rápido.

Quase de graça.

Há os que acreditam que montar uma loja virtual envolve poucos custos. Na realidade, se você comparar os custos de montar uma loja física e uma virtual, a virtual pode custar até 10 vezes menos. Mas em relação à divulgação, os custos não são tão diferentes assim. A loja virtual alcança muito mais gente com o mesmo investimento que você faria numa loja física. O problema é que poucos se atrevem a investir o mesmo que investiram na loja física. Isso porque no passado acreditaram em um falso guru que afirmou que era quase de graça.

Na parte tecnológica, é possível montar um e-commerce com pouco investimento, como aqueles modelos “alugados”. Mas com o desenvolvimento da loja, você terá que investir em uma plataforma mais robusta e que realmente traga resultados. E isso tem um custo.

Qualquer um pode fazer (ou faça você mesmo?).

Sempre tem algum conhecido que manja de programação e que pode fazer alguns puxadinhos no site para transformá-lo em um e-commerce, né? Não! Esse não é um trabalho para amadores. Procure um bom fornecedor de plataformas de e-commerce. Para te ajudar, escrevi algumas dicas neste artigo.

Fique rico do nada!

Você não vai ficar milionário da noite para o dia. Como qualquer negócio, é preciso considerar um prazo de maturação do projeto para que ele comece a dar lucro.

Garanto que você já ouviu uma história de alguém que enriqueceu facilmente e quer conhecer os seus segredinhos para que isso tenha acontecido. É comum da natureza humana procurar por esses atalhos. Basta passar os olhos pela literatura de aeroporto para ver que esta é uma abordagem popular e muito lucrativa.

Acontece que qualquer um que tenha conquistado o sucesso e esteja divulgando isso como rápido e fácil está ocultando os anos de fracasso que teve até chegar lá e o faz por vaidade ou heróica ou para vender mais livros. Também existem os que afirmam diversos caminhos para o sucesso, mas nunca o percorreram, esses podem até ser simples professores que neste caso não tem obrigação de comprovar sucesso, mas deveriam parar de afirmar que é fácil, rápido e milagroso percorrer esses caminhos.

Meu funcionário vai administrar o e-commerce.

Perfeito! Mas ele entende de e-commerce e marketing digital, né? É importante frisar que o e-commerce tem muitas semelhanças estratégicas, mas nas operacionais ele é bem diferente do físico. Por isso, a capacitação de profissionais é um custo que você precisa levar em conta na hora de estruturar o projeto.

Depois da implantação, é só alegria!

Mentira. Depois de colocar o e-commerce no ar ainda tem muito trabalho pela frente, principalmente, divulgação e persistência. Disponibilizar os produtos para venda na internet não é o suficiente para, de fato, vendê-los.

Já disse em publicações anteriores e repito, só existe uma maneira, na minha opinião, de ganhar dinheiro: resolvendo o problema das pessoas. Não prometa resolver, resolva! Aqui na minha empresa nós resolvemos com muita qualidade a parte tecnológica do e-commerce. E se você está à procura de um fornecedor, cuidado com os falsos gurus, que só querem o seu dinheiro. Não existem receitas infalíveis e, sim, trabalho duro!

Procure um fornecedor que te fale as verdades inconvenientes e apoie sua busca pelo sucesso com competência naquilo que ele é competente.

Dúvida, comentários ou sugestões? Escreva aqui embaixo.

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2 thoughts to “Quem é o guru do e-commerce?”

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