Com e-commerce em expansão, é hora de arrumar a casa!

Previsões otimistas não são suficientes para vender mais no e-commerce.

As medidas para prever a pandemia do covid-19 têm mudado os hábitos da população no mundo todo. Estamos enfrentando um momento de instabilidade e retração econômica. Ainda assim, para o mercado do comércio eletrônico, as previsões de crescimento continuam otimistas e o e-commerce continua em expansão. Em 2019, o e-commerce brasileiro cresceu 22,7%, faturando R$ 75,1 bilhões, em relação a 2018, segundo o relatório NeoTrust 2ª edição, divulgado no início deste ano. O levantamento analisa o varejo digital trimestralmente com base em dados coletados pelo Compre&Confie.

expansão do e-commerce
Faturamento em bilhões: NeoTrust |  Compre & Confie | E-commerce Brasil, 2020

Um estudo sobre os impactos do covid-19 para o e-commerce, feito pela Compre & Confie em parceria com a Abcomm, durante o início de 2020, também observou que a pandemia acabou impulsionando as vendas online no primeiro semestre do ano, em comparação ao mesmo período de 2019. O crescimento no faturamento foi de 28%. 

O otimismo para o e-commerce é importante? Sim! Principalmente para dar fôlego aos comerciantes. Mas, precisamos ser honestos – a expansão do e-commerce é natural, orgânica e esperada. Talvez não nessa magnitude, mas é algo previsível, devido ao avanço tecnológico e do acesso facilitado à web e suas facilidades e agora, mais do que nunca, ao distanciamento social. Esses números animadores não devem nos impedir de “arrumar a casa”. Não devemos diminuir nossa vontade de melhorar processos, explorar novos modelos de negócios e nos adaptarmos a “era da conveniência”. 

Mesmo em um cenário econômico favorável para o e-commerce, o ano de 2020 também terá uma faceta desafiadora. Se por um lado a pandemia deverá ser um gatilho de vendas para muitas categorias, por outro, a retração econômica pode frear os gastos dos consumidores para outras menos “essenciais”. Na verdade, esse fato já foi observado no mesmo estudo que citamos anteriormente. 

Alguns fatores que merecem nossa atenção:

1. Crescimento de Marketplaces.

Dentre as maiores tendências do e-commerce para 2020, a popularização dos marketplaces ganhou destaque. Somente no primeiro semestre de 2019, o faturamento foi de R$ 17,6 bilhões, enquanto o e-commerce faturou R$ 26,4 bilhões. A pequena diferença do faturamento em relação ao crescimento médio mostra que o marketplace está ganhando cada vez mais adeptos. Apesar de gerar menos pedidos que o e-commerce convencional, o ticket médio é maior no marketplace.

Mesmo diante dos benefícios deste modelo de negócios – divisão de custos, visibilidade, investimento inicial menor-, vários desafios operacionais também surgem como, por exemplo, perda de qualidade no serviço de entrega e pós­-venda e alto custo de gestão.

Os investimentos por parte dos grandes players continuam mesmo em meio a crise. A B2W e Americanas projetam, de forma consolidada, aumento no volume de clientes ativos de 38 milhões para 46 milhões, entre 2020 e 2022. (Valor Investe, 2020).

Os marketplaces são uma oportunidade para empreendedores que precisam de uma fonte de renda complementar. Já pensou na possibilidade de participar de um?

Leia também: E-commerce próprio ou marketplace: qual estratégia escolher para começar a vender online?

2. Profissionalização do e-commerce

O e-commerce brasileiro precisa se profissionalizar. Muitos ainda têm a ideia errônea de que “qualquer um pode abrir um e-commerce”. Apesar do crescimento do número de lojas virtuais, nem todas elas conseguem se manter ativas por muito tempo. Isso se dá pela falta de conhecimento nos aspectos tecnológicos e falta de gestão estratégica. 

Para uma loja virtual escalar, não basta colocá-la no ar. É preciso planejar, estudar, pensar em estratégias de preço, logística e marketing e contar com uma plataforma robusta. Profissionalize-se: é hora de buscar conhecimentos específicos na área e se atualizar! Não subestime sua concorrência.

3. Compras via mobile

A expansão do uso de dispositivos móveis é uma realidade no comércio eletrônico brasileiro. No primeiro semestre de 2019, as vendas realizadas por um dispositivo móvel representaram 42% dos pedidos, em 2018, no mesmo período, eram 32%.

Coloque o mobile dentro da sua estratégia de e-commerce. Uma loja virtual sem versões para tablets e telefones acaba perdendo uma boa parcela dos consumidores que não saem do celular – principalmente tempos de quarentena!

4. Estratégia Multicanal

O relatório da Webshoppers 40, publicado pela E-bit/Nielsen, confirmou mais uma vez que o consumidor já espera encontrar o varejista tradicional no mundo digital! A integração entre todos os canais de comunicação (online e físico) fará cada vez mais parte da rotina dos e-commerces. Agora, o olhar precisa se voltar ao todo, e a finalidade deve ser aumentar as vendas para a marca, e não para o canal. 

A sua empresa já realiza vendas por meio de diversos canais? É preciso manter uma estratégia bem planejada e com o apoio de boas ferramentas digitais e um processo logístico que torne possível a integração entre os canais.

Para saber mais sobre estratégias multicanais, leia também: Quais os benefícios de trabalhar múltiplos canais de venda?

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A expansão do e-commerce mantém os empreendedores animados para continuarem investindo. Mas, não se enganem! O retorno só virá com planejamento e paciência, sem tirar o olho das mudanças de comportamento e das tendências do comércio eletrônico. Dúvidas? Deixe aqui nos comentários!

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